AO VIVO: Após confusão, Hugo Motta assume a mesa e retoma sessão (veja o vídeo)

Gustavo mendex


O plenário da Câmara dos Deputados viveu um momento de forte turbulência após a retirada do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora. A ação ocorreu em meio a uma sessão marcada por discussões intensas, clima acalorado e profunda divisão política. O episódio rapidamente se espalhou pelas redes sociais e gerou debates sobre a condução dos trabalhos legislativos e os limites de atuação dos parlamentares. A confusão teve início quando a Mesa Diretora tentou reorganizar o ambiente para prosseguir com a pauta do dia, que incluía projetos considerados decisivos para o governo e para a oposição. Glauber Braga, conhecido por sua postura combativa, acabou se envolvendo diretamente no centro do conflito ao resistir às determinações da presidência da Casa.

Como Começou a Tensão no Plenário

A situação se agravou quando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou o esvaziamento completo do plenário. A decisão foi tomada após sucessivas tentativas de restabelecer a ordem e garantir que a sessão pudesse continuar de maneira regular. Motta alegou que havia grande tumulto no ambiente, com parlamentares se exaltando, fazendo discursos simultâneos e criando obstáculos regimentais que dificultavam o andamento dos trabalhos. Essa determinação incluía, de forma excepcional, a restrição temporária de acesso da imprensa ao interior do plenário, uma medida que costuma gerar controvérsia por envolver questões de transparência e acompanhamento público. Apesar da ordem, alguns parlamentares permaneceram no local, e entre eles estava Glauber Braga, que se recusou a deixar a Mesa Diretora.

Por Que Glauber Braga Foi Retirado à Força

A retirada de Glauber Braga ocorreu porque ele permaneceu na área destinada exclusivamente à Mesa Diretora mesmo após a ordem de esvaziamento. Segundo os relatos, o parlamentar resistiu às orientações dos servidores da Casa, insistindo em ficar na cadeira da mesa principal e contestando verbalmente a determinação da presidência. Diante da resistência, os seguranças legislativos foram acionados. Esses profissionais seguem protocolos internos previstos no regimento da Câmara, que permitem a intervenção em situações de descumprimento de ordem. A ação foi rápida, mas imediatamente chamou a atenção de parlamentares que estavam no entorno, gerando novas discussões e mais tensão no ambiente. A retirada do deputado, embora breve, tornou-se símbolo do clima de conflito que marcou a sessão.

A Medida de Esvaziar o Plenário e a Restrição à Imprensa

A decisão de restringir temporariamente a circulação da imprensa e esvaziar completamente o plenário é rara, mas não inédita. A Mesa Diretora tem autoridade para adotar ações emergenciais quando entende que a integridade dos trabalhos legislativos está comprometida. No entanto, esse tipo de medida costuma levantar críticas sobre transparência, especialmente em momentos de grande debate político. Hugo Motta afirmou que a decisão foi tomada apenas para garantir a continuidade da votação, que estava sendo constantemente interrompida por tumultos e tentativas de obstrução. Segundo ele, a prioridade era assegurar o funcionamento institucional da Câmara. O episódio, porém, gerou reações imediatas de parlamentares e analistas políticos, que avaliaram a medida tanto como necessária quanto como exagerada, dependendo do espectro ideológico.

A Retomada da Sessão e o Clima de Pressão

Após a retirada de Glauber Braga e o cumprimento da ordem de esvaziamento, Hugo Motta reassumiu a presidência da Casa. A sessão foi retomada, mas o ambiente continuou marcado por discursos exaltados e críticas à condução dos trabalhos. Parlamentares ligados à esquerda afirmaram que houve abuso de autoridade e que a retirada do colega representava uma tentativa de silenciar vozes contrárias. Já deputados de centro e direita defenderam a medida, alegando que sem ela seria impossível garantir o andamento da pauta. A retomada não trouxe tranquilidade imediata, mas permitiu que a votação prevista para o dia pudesse prosseguir, ainda que sob forte pressão e observação de diversos setores da sociedade.

O Que é o PL da Dosimetria e Por Que Ele Gera Debate

O centro das discussões era o chamado PL da Dosimetria, um projeto que busca ajustar critérios e parâmetros utilizados na aplicação de penas e decisões judiciais. O tema ganhou ampla repercussão nacional porque afeta interpretações jurídicas importantes e pode modificar a forma como determinadas situações são avaliadas pelo sistema judicial. Críticos afirmam que o projeto pode alterar equilíbrios institucionais e influenciar processos envolvendo figuras públicas de grande destaque. Já defensores argumentam que o PL corrige distorções e estabelece regras mais claras e previsíveis. A possibilidade de que o texto possa, em tese, trazer efeitos indiretos sobre processos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro gerou ainda mais polarização e atenção sobre sua votação, atraindo olhares de todo o país.

Por Que a Votação Era Considerada Urgente

A urgência em votar o projeto está relacionada ao calendário interno da Câmara e à pressão de diversos grupos políticos. Com o fim de ano legislativo se aproximando e com disputas intensas sobre prioridades, cada sessão se torna decisiva. O presidente da Casa vinha afirmando que manteria o compromisso de levar o projeto ao plenário ainda no mesmo dia, independentemente das tentativas de obstrução ou tumulto. Para parlamentares de oposição, essa pressa parecia parte de uma estratégia para aprovar o texto antes de debates mais aprofundados. Para defensores da proposta, a urgência representava a necessidade de evitar novas distorções e garantir previsibilidade no sistema jurídico.

Reações de Parlamentares e da Sociedade

O episódio envolvendo Glauber Braga repercutiu imediatamente entre parlamentares e formadores de opinião. Grupos políticos se dividiram entre críticas fortes e apoio à medida tomada pela presidência da Câmara. Nas redes sociais, a discussão ganhou ainda mais força, com milhares de comentários defendendo diferentes versões dos fatos. Especialistas em direito e ciência política também se manifestaram, destacando a importância de manter o equilíbrio entre a liberdade de atuação parlamentar e o respeito às normas internas da Casa. Embora a cena tenha sido incomum, ela serviu como reflexo da intensidade do momento político atual e da complexidade que envolve votações sensíveis como a do PL da Dosimetria.

Conclusão: Um Episódio Que Expõe o Momento Político

A retirada de Glauber Braga e as decisões tomadas pela Mesa Diretora revelam muito do clima de tensão que domina o Legislativo. O episódio coloca em evidência desafios como a polarização, o aumento das disputas internas e a pressão sobre projetos considerados estratégicos. Independentemente da posição política, o caso reforça a importância de manter a ordem, o diálogo e o respeito às normas institucionais para o funcionamento saudável da democracia. O desfecho da votação do PL da Dosimetria e seus possíveis impactos seguem como temas centrais no debate político nacional, mostrando que cada movimento no plenário reverbera muito além das paredes do Congresso.